terça-feira, 19 de outubro de 2010

Voltar a ser Bom

 

“...descobri que não é verdade o que dizem a respeito do passado, essa história de que podemos enterrá-lo. Porque,de um jeito ou de outro, ele sempre consegue escapar.” (O Caçador De Pipas – Khaled Hosseini )

 

  Sempre é mais fácil pensar antes de agir ou antes de falar , porém não sei ao certo a razão, simplesmente falamos, simplesmente não medimos a real extensão de nossos atos. E desse jeito cometemos erros e na maioria das vezes magoamos a quem não queremos.

  Por mais que se use de toda a cautela, em algum momento falharemos, erraremos e magoaremos alguém, é a cina do Ser Humano: magoar ou decepcionar quem espera coisas boas de nós.

  Com o personagem do livro descrito na citação acima, aprendi grandes lições sobre erros passados e como “conserta-los”. Uma delas é que dependendo da intensidade do fato não será possível repara-lo e nem ao menos justifica-lo com outra ação. Por mais que se tente não haverá uma ação que colocara ambas em igualdade; Não sabemos a intensidade da magoa existente e assim não se poderá saber o quanto será necessário o para igualar. Aprendi também que apesar de dificilmente conseguir reparar as coisas, isso não impede de “tentar”.

  O “tentar” que digo, não deve ficar restrito em palavras, afinal, palavras sem ações são nulas. Penso que quando quisermos mudar algo ou buscar perdão por alguma ação, devemos agir e demonstrar com atos, pois só assim se percebe um verdadeiro arrependimento e uma verdadeira mudança.

 

                       cacador-de-pipas

 

   O personagem Amir recebeu uma ligação e a voz do outro lado disse: “ - Há um jeito de voltar a ser bom”. Por realmente querer se redimir de seu atos passados não pensou duas vezes e embarcou em direção da redenção.

  O que quero exemplificar é que ficamos nos lamentando e tentando esconder nosso erros ao fingir que não nos importamos com ele, e assim deixamos escapar as chances de “voltar a ser bom”. Por não encarar os nossos atos acabamos carregando uma culpa para o resto da vida; e apesar de acharmos que a enterramos, mais cedo ou mais tarde o passado volta a nos assombrar.

  A vida sempre nos da uma chance de “voltar a ser bom” ou ao menos tentar, na maioria das vezes fingimos não notar esta chance, à deixamos passar por medo de tentar , se redimir e/ou se frustrar.

  Cabe a cada um escolher se quer viver com o fato de ter tido medo de falhar ou com no mínimo a sensação de ter tentado correndo o risco de conseguir.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A Amizade, na opinião dele

 

 

  Durante toda minha vida cultivei com carinho algumas amizades. Tive pessoas as quais considerei como parte da família ou até mais, já que família não se escolhe, fiz sacrifícios e abri mão de projetos pessoais para ajudar ou acompanhar algumas em momentos especiais de suas vidas.

  O conceito básico da amizade é que: não é uma relação de trocas igualitárias, você se doa, doa seu tempo, sua capacidade de compreensão de problemas, compartilha momentos alegres, porém, em nenhum momento deve esperar ser retribuído pelo que fora feito. Afinal, você o fez pela amizade e não por troca de favores e a partir do momento que faz algo pensando na recompensa, não terás feito pela amizade ou não é verdadeiramente amigo.

  Se parar e contar o numero de decepções com amizades que eu tive, perderei muito tempo. Não sei bem o por que, mas esperamos demais das pessoas, talvez esperamos mais delas do que de nós mesmos, e ai que erramos. É comum do Ser Humano querer jogar a responsabilidade em cima do outro, esquecendo que todos tem a mesma parcela de culpa em tudo.

  Já reclamei inúmeras vezes por não ter recebido visitas, sendo que eu não as havia feito, já queixei-me de algumas ações, sendo que também as havia praticado. Fica claro que é mais simples jogar a culpa no outro, usar algum deslize como argumento para justificar ações. Porém, como já falei, amizade não é uma relação de trocas igualitárias e não podemos ser extremamente metódicos ao só retribuir ao recebido.

  Já tive amigos problemáticos, e sempre pensava: “ Devo escolher melhor meus amigos”, talvez pela falta experiência de vida ou de maturidade não havia percebido que amigo não se escolhe, amigo não se troca e muito menos se vende. Hoje, sei que a convivência com estes tão próximas e ao mesmo tempo tão diferentes de mim, me moldaram e me fizeram ser o homem que me tornei.

  Com aquele amigo “esquentado”: aprendi a encarar meus problemas e lutar pelo que quero; com aquele “paciente”: aprendi a ouvir o mundo ao meu redor e aproveitar cada segundo de silencio; com o “aventureiro”: aprendi a viver o hoje e tentar ser cada vez mais feliz; com o “galanteador” aprendi que um pouco de marketing pessoal não faz mal a ninguém; e acima de tudo ajudando e aconselhando-os sobre erros e experiências frustradas: aprendi a não comete-los, ou seja, com experiências de outros consegui visualizar os caminhos mais corretos afim de evitar sofrimentos ou perdas.

  Vejo que muito do que sou devo ao aprendizado com cada um deles e que as minhas escolhas à cerca de quem estaria próximo a mim, influíram diretamente em Quem fui, em Quem sou, e em Quem me tornarei, afinal, a roleta da vida continua girando e cada ação nos molda e nos empurra para um caminho diferente.

 

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O Amor, na visão dele.

 

  Hoje faz exatamente 1 ano que estou só. Estou só, não por opção, mas sim pela falta dela e pelo modelo de relacionamentos a mim oferecidos não serem suficientes.

  Quando penso em amor, penso naqueles de filmes e naqueles em que um dos envolvidos morrerá pelo outro no fim da trama, quando penso em amor penso que o sentimento será capaz de superar tudo e qualquer obstáculo que ouse se opor à realização do mesmo.

  Não sei se é culpa minha pensar assim , acho, culpa sim das histórias que nos contam, dos filmes que vemos e das fábulas com enredos que se encaixam e são acrescidos de magia e encantamento.

  Quando se começa um relacionamento, tudo faz sentido e qualquer esforço feito para ficar junto serve como combustível, aumentando a intensidade da vontade de ficar junto. Os obstáculos e os caminhos percorridos até se estabelecer na relação parecem como o caminho para “El Dourado”, apesar de ser um percurso difícil a esperança do que será encontrado no fim faz valer cada passo caminhado.

  O ponto crucial nisso tudo é: Quando se esta junto e não existem mais empecilhos à relação, por que o Amor parece se acabar? Se esgotar com o tempo? Qual a graça do amor se não existe provas, se não existem as superações para realiza-lo?

  Diz o popular que os grandes amores são os não realizados. E esta frase parece fazer todo sentido para mim, quando olho para trás e analiso meus relacionamentos vejo claramente este pensamento.

  Quando tudo estava bem a chama do amor se apagava vagarosamente sem explicação. Se perdia na monotonia do “Eu te amo” , creio que o amor foi feito pra ser vivido com a adrenalina da conquista e da superação.

  Quando por algum motivo o amor se tornava platônico, parece que inflamavam a floresta amazônica, tudo da pessoa se tornava especial, todos os momentos passados eram lembrados como os melhores da vida, e parecia que nunca mais iria conseguir amar outra pessoa... Até este amor se tornar possível e reduzir drasticamente a intensidade do amor.

  No fim, creio que o amor foi feito para ser lembrado, para ficar em recordações onde tudo se torna maior e mais intenso do que realmente foi. Creio também que mesmo não acreditando neste amor para o resto da vida, vivemos esperando por ele, e nos decepcionando cada vez que não o encontramos.